Jalal-Od-Din Rumi (1207-1273)

Jalal-Od-Din Rumi (1207-1273)

Desvende a sabedoria do poeta místico e mestre do despertar!
Descubra a vida, obra e legado de um dos maiores nomes da literatura persa e do sufismo.

Jalal-Od-Din nasceu em Balkh, situada em Khorassan, Pérsia, atual Irã, em 30 de setembro de 1207, e faleceu em Konya, Turquia, em 17 de dezembro de 1273. Filho de Babâ-od-Dîn Walad, conhecido por Sultão dos Sábios, e de Mu’mine Khatûn. O seu nome Jalal significa majestade; Din, religião; e Rumi, o romano. Comumente era chamado por Mawlânâ Khodâvendegâr, ou Nosso Mestre. Por isso é também conhecido por majestade da religião, ou Mevlana.

Rumi nasceu num mundo conturbado por guerras, calamidades, experienciou dores profundas por golpes dados pela vida, como a viuvez precoce com a morte da esposa Gauher-Khâtoun, o assassinato de um dos dois filhos, perseguições, exílio, mas ainda assim entendia “que a vida tem um sentido, que o amor e a alegria transcendem o sofrimento, e que, definitivamente, nada é absurdo, pois o homem supera infinitamente o próprio homem” (VITRAY-MEYEROVITCH, 1990, p.7).

Foi místico, professor, poeta e teólogo, criador da Ordem Mevlevi, ou dos Deviches Giradores, famosos pela forma que dançavam – conhecida como cerimônia samā – embalados pelo som da flauta. Os participantes desta Ordem usam manto preto, símbolo do mundo material; túnica branca, símbolo do mundo espiritual; e, gorro de feltro de cor parda. A flauta simboliza o homem perfeito.

Rumi é considerado como mestre do despertar. A partir de sua experiência de vida, construiu conhecimentos e ensinou o sufismo.

Os tratados, elementos ascéticos e preceitos morais do sufismo, incluem algumas regras como: conservar o corpo puro e as roupas limpas; evitar encontros em locais sagrados para tagarelar; fazer orações em comum; consagrar tempo para prece noturna; invocar e implorar perdão de Deus ao amanhecer; ler o Alcorão durante a manhã; manter silêncio antes do nascer do sol; repetir ladainhas pela tarde e antes de dormir; acolher os pobres e necessitados, servindo-os com paciência; dividir sempre o alimento; ter refeições frugais; trabalhar, sempre, e mendicar, nunca; praticar o jejum e a auto-observância rigorosa; solicitar permissão para sair, ou se ausentar; usar horas de lazer para estudo da teologia, ou algum exercício de devoção como levar alívio para alguém; participar dos retiros; realizar tarefas com submissão, fidelidade e bom humor; respeitar a todos, em especial, os predecessores e superiores; praticar a meditação mística ou a exegese simbólica (VITRAY-MEYEROVITCH, 1990, p.27 e 28; WIDAKOWICH-WEYLAND, 2000, p.185).

A importância dos escritos de Rumi transcendeu as fronteiras étnicas e nacionais: são lidos em turco, árabe etc. Seus poemas são declamados pelas multidões em momentos de peregrinações (VITRAY-MEYEROVITCH, 1990, p. 6). Sua principal obra é o Mathnavi, considerado o texto mais belo e essencial do Islã, depois do Alcorão e do Hadis (ORTEGA, 1990, p.248).

Jalal-Od-Din Rumi cunhou algumas frases que revelam o seu anseio pelo Divino, pela união do humano ao transcendente (ORTEGA, 1990, p.248, 249): “Repete o nome de Alá até enlouquecer”, “Na verdade, só minha morte é minha vida” e “Oh vós, que andais em busca de Deus; não é preciso que o busqueis, porque Deus sois vós mesmos”.

Segundo Vitray-Meyerovitch (1990, p.21), há muitas semelhanças entre Rumi e São Francisco de Assis – “o mesmo amor pelos humildes, pela pobreza, a mesma postura do uníssono com o cosmos sagrado”.

Em 1273 Rumi adoece e entende que sua hora chegou. Ele falece num domingo à noite, no dia 17 de dezembro, que agora é a data de aniversário da celebração do shab-i arus, uma cerimônia de casamento mística.

Referências

MAIS DIVERSIDADE. Jalaladim Maomé Rumi.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jalaladim_Maom%C3%A9_Rumi. Acesso: 30 de setembro de 2023, às 20h:30.

ORTEGA, Alicia. A Mística e os Místicos, do amor que excede todo o conhecimento. São Paulo: ECE, 1990.

VITRAY-MEYEROVITCH, Eva de. Rûmi e o sifismo. São Paulo: Editora ECE, 1990.

WIDAKOWICH-WEYLAND, Miriama. O nada e sua força, um ensaio sobre mística comparada. São Paulo: Editora ECE, 2000.

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