Uma nova economia baseada no amor

Christian Elwell
Tradução: Marília Covas

Com a chegada do outono é hora de colher novamente os frutos das sementes plantadas na primavera.

Venho cultivando, há muitos anos, pequenos terrenos de arroz, às vezes, apenas 100 pés, economizando ano após ano sementes dos melhores tipos. Nos últimos dois anos, semeei em áreas maiores e, com isso, pudemos comer arroz produzido aqui, na Fazenda South River, onde moramos. O arroz parece melhorar de gosto a cada refeição. Enriquecido dessa maneira, tenho pesado e medido, por dentro e por fora, o arroz e nossa labuta diária.

O arroz tem algo a dizer: se você plantar uma única semente de arroz na primavera e cuidar de forma que a planta possa completar seu ciclo de vida até a maturação no outono, você poderá colher pelo menos 250 novos grãos de arroz desta mesma planta.

Um ano depois, se você plantou cada uma dessas 250 sementes, distantes 15 centímetros uma da outra, em fileiras com 30 centímetros de distância entre elas, você precisará de um terreno de 9 metros quadrados. A partir daquela pequena plantação de arroz, você colherá mais ou menos 2,3 quilos de grãos de arroz descascado. Daqui a dois anos, se você plantar os 2,3 quilos de sementes, precisará de mais ou menos 280 metros quadrados de terra. Cada pé renderá 150 grãos, e você irá colher mais ou menos 345 gramas de arroz integral com casca, o suficiente para alimentar uma pequena comunidade.

É uma quantidade mais do que suficiente de arroz para uma só pessoa, mas, apenas com o intuito de elaborar mais uma projeção, digamos que um grupo de sua comunidade se reúna daqui a três anos para plantar todas as suas sementes (345 gramas). Sua plantação vai exigir mais ou menos 432 mil metros quadrados de terra; a colheita total será de mais ou menos 116 toneladas de arroz integral com casca.

Em resumo: começamos com apenas um único grão de arroz, e três anos e meio depois temos 52 toneladas!

Os números acima não se baseiam em uma produção comercial de arroz; eles seriam muito mais surpreendentes. Os números se baseiam em observações e medidas feitas por mim durante o plantio em terras altas, quando eu era um principiante, aqui em Coway, Massachussets, durante 20 anos, onde o arroz nunca havia sido plantado antes, em um clima inteiramente inadequado para o seu cultivo.
Com os anos, tenho tido a oportunidade de trabalhar com o arroz como com um amigo íntimo.

Aprendi a conhecê-lo de grão em grão, ao longo de 11 gerações, cada um deles adaptando-se ao sempre presente Agora. Assim como com outros entes do reino vegetal, sua beleza, suas sementes simples, sua obediência às diversas leis da vida no cosmo, sua generosidade, sua tolerância e total perdão são, todos juntos, como uma voz, baixinha e constante, nos chamando, nos convocando a cuidar do nosso potencial interior.

Ele nos diz que nós também somos sementes em processo de desenvolvimento. Se tivermos a fé de um simples grão de arroz, poderemos, no devido tempo, realizar enormes mudanças positivas, internas e externas.

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