Albert Schweizer: Um exemplo de vida de oferenda e renúncia

Guillermo Pennachionni

Uma das mais impressionantes figuras do mundo contemporâneo, teólogo, médico-cirurgião, filósofo, músico e escritor, Albert Schweizer possuia a aptidão peculiar dos gênios, aliada a um profundo sentimento de humanidade, compreensão e elevada interpretação da vida.

Albert Schweizer nasceu na pequena localidade de Keyserberg, na Alsácia, aos 14 de janeiro de 1875. Estudou nas universidades de Estrasburgo, Paris e Berlin, assenhorando-se de um vasto cabedal de cultura que lhe aprimorou a inteligência privilegiada, qualificando-se assim de maneira expressiva para exercer a alta missão de sua vida – missão que impôs a si mesmo

– de dedicar-se a uma verdadeira obra missionária eminentemente prática e de inspiração genuinamente humanitária.

Aos vinte e seis anos já se tinha doutorado em filosofia, em música e em teologia. Aos trinta abandona as suas três carreiras para ser médico, mudando-se para Lambarene, na África Equatorial Francesa (atual Gabão) como missionário-médico, para o resto de sua vida.

Schweizer casou-se em 1912. A esposa fez o curso de enfermagem para poder ajudar o marido em sua missão na África.

Por que se terá dedicado à medicina? Porque estava cansado de falar e queria agir. Porque Lambarene? Porque era um dos lugares mais inacessíveis de toda a África, dos mais perigosos e mais primitivos daquele continente. Parentes e amigos tentaram dissuadi-lo de tal idéia, mas Schweizer disse-lhes que sentia a necessidade de “dar algo em troca” da felicidade que desfrutava.

Além de sua grande cultura, Schweizer sabia muito de zoologia tropical, antropologia e agricultura; era também excelente carpinteiro, pedreiro e mecânico, habilidades fundamentais para construir o seu Hospital da Selva, a partir do nada e com suas próprias mãos.

Fundou em 1913 o referido hospital, mantido com muito sacrifício, com o auxílio muitas vezes de seus concertos de órgão em cidades européias, seus direitos autorais e graças à cooperação de inúmeros amigos espalhados por todo o mundo.

Albert Schweizer é daqueles que não se pertence, daqueles que põem sua inteligência e seu talento em ação, realizando, construindo, humanizando. É mister, todavia, para a consecução de tais ideais, que a vontade férrea não esmoreça, essa qualidade ímpar que fez de Schweizer o que ele foi: um homem que renunciou a si mesmo, oferendando sua vida para mitigar a dor e o sofrimento de seus semelhantes.

Em 1952 foi-lhe concedido o Prêmio Nobel da Paz. Morreu em 1965 aos 90 anos de idade em Lambarene, lugar escolhido por ele para cumprir sua missão auto-imposta.

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