Comunidades de Cafh: uma opção de vida

O que é uma Comunidade de Cafh?

Imagine um grupo de pessoas de diferentes culturas, diferentes etnias, diferentes faixas etárias, diferente formação acadêmica, sócio-político-religiosa-educacional, do mesmo sexo, vivendo em comum, irmanadas pela força de um Ideal. Assim são formadas as Comunidades de Cafh – um meio

de vida que se auto-constrói com a força do desenvolvimento e da oferenda de seus membros.

Nessa incessante construção, buscam brindar ao ser humano uma possibilidade de transcender a separatividade, usando a diversidade como campo de trabalho para a formação de laços de união incondicional.

“A vida em Comunidade é uma opção certa e clara para aqueles que sentem a necessidade de viver a vida através de um sistema comunitário e estão dispostos às renúncias que implicam o sentido que Cafh dá à vida de Comunidade. Esta é uma via de desenvolvimento interior, tanto individual com do grupo como grupo, e de participação com a Obra de Cafh.

As Comunidades de Cafh se formam sobre a base de um ideal e uma vocação comuns. É por esta razão que os membros da Comunidade renunciam voluntariamente a realizar uma vida pessoal em todos os âmbitos. No relacional, não elegem com quem convivem; isto os treina na aceitação da diversidade. No intelectual, utilizam a sua capacidade intelectual para colocá-la ao serviço da Comunidade, aprendendo a desfrutar do que gostam e do que não gostam, já que não elegem o trabalho que realizam. No anímico, por exigir uma vida de abnegação e esforço, já que poem sua vontade, seus afetos e seus interesses pessoais a serviço do bem comum. Esta forma de vida é somente para aqueles que, dentro deste meio, encontram plenitude e paz interior para alcançar a união com o Divino.”

(José Luis Kutscherauer*)

Como dar-se conta de que essa vida é para você?

É um chamado muito particular que pode se expressare de diferentes maneiras. Em geral responde à prioridade que a pessoa dá a sua vida e ao meio que elege para vivenciar esta prioridade. Algumas pessoas compreenderam que servir à humanidade começa por um trabalho de desenvolvimento de si mesmos. Albert Schweitzer, por exemplo, desde criança não só desenvolveu um respeito pela vida, senão a consciência de agradecimento pelo recebido, e que devia devolver à vida o que recebeu dela. Analisou a si mesmo, descobriu suas fortalezas e delineou o seu futuro em função deste sentir de gratidão.

Há uma etapa na vida do ser humano em que nada exterior ou material consegue preenchê-la. Um vazio, uma sede de encontrar-se com algo transcendente, de dar ao seu caminhar um caráter missional. Neste momento o ser se encontra predisposto a conhecer sua verdadeira Vocação: dar-se. Essa é uma vocação de Comunidade.

“O exemplo guia, a palavra conduz, só o dar-se transforma”
(Santiago Bovisio – Fundador de Cafh)

Se não eu, quem ? Se não agora, quando ?

Viver em comunidade é uma decisão individual e consciente. Mas o só fato de ingressar numa Comunidade não dá uma realização espontânea. Requer otimismo, confiança, vontade e esforço, como qualquer outro ideal na vida. No dia a dia, em contato consigo mesmos, os membros de uma Comunidade de Cafh aprendem a conhecer-se, aprendem a discernir, aprendem a aceitar que não sabem tudo. Quer dizer, aceitar a própria ignorância de maneira sadia, abrindo as portas à possibilidade de aprender e desenvolver-se em grupo e expandir o amor. Esta vivência em comum leva a uma interrelação e interdependência ineludíveis, sobretudo porque compartilham as horas de trabalho, alimentação, recreação, estudo e oração, por toda a vida.

Para chegar a este determinado fim há o auxílio de um método e normas a que chamam “Observância”, que direcionam e predispõem ao respeito, união, interação, disponibilidade, empatia, amizade, etc. No entanto, cada qual caminha em liberdade, individualmente, de acordo com o seu grau de compreensão e esforço. Sempre em equilíbrio com os demais integrantes, pela consciência de viver em comum. Senão, não teria sentido eleger esta forma de vida. Tudo isso em meio à “luta pela vida”, porque como qualquer pessoa, na Comunidade os membros trabalham para gerar sua subsistência, já que não seria um desenvolvimento integral se outros tivessem de sustentá-los. Pelo contrário, é um dever evidenciar que todos os seres têm a possibilidade de fazer do trabalho não só um meio de sustento, mas também de desenvolvimento, interagindo de forma coerente e consequente com o entorno e o ambiente no qual estão inseridos.

Como é um dia numa Comunidade de Cafh?

O dia numa Comunidade de Cafh está metodizado em uma rotina: há tempo para o trabalho, para alimentação, para recreação, para o descanso, para o estudo, para a meditação e para a oração. Rotina no sentido de ordem, de organização, já que a vida não se repete a si mesma. É sempre ativa, sempre dinâmica, desafiante e, se “pegamos a onda”, é emocionante, nunca entediante.

Para os que se sentem chamados a esta particular vocação de vida, ela é vivida como uma experiência de aprendizagem magnífica, com leveza e alegria.

A prática do celibato

Na Comunidade pratica-se o celibato. Esta é uma condição inerente à vida de Comunidade. No seu significado literal entende-se por celibato não contrair um compromisso matrimonial.

Ao tomá-la no sentido de oferenda total, inclui a abstinência sexual. E como é a relação dos membros da Comunidade com os familiares e as pessoas que não pertencem à Comunidade? A relação com a família e com outras pessoas se expressa em uma atitude de respeito, amor, reverência e assistência quando a necessitam. Mantêm encontros periódicos com os pais e parentes próximos, em uma relação afetuosa. Consideram a família de todos os membros da Comunidade, sua própria família. Na vida diária a sua família é a Comunidade. Ainda que tenham de lidar com todos os conflitos de relação que existem no mundo de hoje, a força do ideal compartilhado e a ascética mística leva os membros das Comunidades a desenvolver laços de verdadeira amizade, solidariedade, companheirismo e união.

As Comunidades evoluem?

Como todo sistema, requerem uma avaliação e um trabalho permanentes dentro de seu contexto, para manter vigente o ideal de vida de Comunidade, e a relação com a sociedade. Como expressão desta evolução os membros da Comunidade se atualizam permanentemente em suas áreas de atuação.

“As Comunidades, como tudo, vão evoluindo. Se fizermos uma prévia análise de sua história podemos observar que ao longo do tempo foram acontecendo trocas em função das necessidades de seus membros, da Obra e como produto do desenvolvimento de Cafh em geral e dos membros da Comunidade em particular.”
(José Luis Kutscherauer*)

Onde estamos?

Atualmente há Comunidades de Cafh na Argentina, Chile, Brasil, Colômbia, Costa Rica e EUA.
Se desejar saber mais acerca das Comunidades pode escrever para: info@com.cafh.org ou visitar www.cafh.org

Últimas matérias
NewsLetter

Assine nossa newsletter

Assine nosso boletim informativo para obter informações atualizadas, notícias e insights gratuitos.