Visão estratégica da vida sob o ponto de vista espiritual

Vicente Pissinati

Ao falar desse tema temos que levar em consideração uma questão básica: A VIDA É CURTA. Se a vida é curta, temos que definir o que queremos fazer, que sentido queremos dar-lhe.

Não há tempo a perder. Tudo passa, tudo é transitório e impermanente. Recordar a nossa mortalidade ajuda-nos a valorizar o tempo, pois não sabemos quando será a nossa partida desse mundo. Agir de outro modo nos expõe ao risco de desperdiçar nossa vida.

O SENTIDO ESPIRITUAL DA VIDA

Todas as tradições espirituais ensinam que há um valor permanente, a que se denomina “espiritual”. Em Cafh consideramos valores permanentes:
• A expansão da consciência
• O grau de amor alcançado

Então dar um sentido espiritual à vida consiste em buscar aqueles valores “que o ladrão não rouba e a traça não consome” e que para nós significa expandir a Consciência e o Amor.

VISÃO ESTRATÉGICA DA VIDA

Uma vez que definimos o sentido que queremos dar à Vida e nos comprometemos com esse propósito, então precisamos de uma estratégia para levar a cabo a nossa intenção. No entanto, estratégia implica conhecimento de nós mesmos e do meio em que vivemos. Ao longo da história a busca do autoconhecimento tem sido um dos pilares que marcaram a trajetória espiritual do homem. No Templo de Delphos na antiga Grécia estava escrito: “Ó homem, conhece-te a tí mesmo, e conhecerás os Deuses e o Universo”. Portanto um dos primeiros passos dentro de uma visão estratégica da vida é a busca do conhecimento. Os que – com absoluta honestidade e sinceridade interior – buscam o conhecimento de si mesmos, do meio humano e das complexas (e complicadas) relações que se estabelecem em nosso mundo interior e na sociedade são pela tradição conhecidos como “Buscadores da Verdade”.

O Ensinamento de Cafh é uma ciência social por excelência, pois nos leva a estudar a nós mesmos e as relações que estabelecemos com os demais e com a sociedade e nos exorta a resolver em nós mesmos os males do mundo, transformando-nos no bem que desejamos para a humanidade.

O Método de Cafh nos orienta para o autoconhecimento, através de práticas como a leitura espiritual, a meditação, o hábito de silêncio, o trabalho em equipe e o diálogo.

Para iniciar essa tarefa precisamos dedicar algum tempo e energia. Isto nos leva a outra questão estratégica da máxima importância: precisamos manter o foco em nossa escolha – “não desvie o Filho(a) o seu olhar da Divina Mãe” – e ter clara nossas prioridades.

Diante de tantas demandas que a vida vai colocando, temos que priorizar o essencial. Muitas demandas são urgentes mas não são essenciais. Priorizar o urgente em detrimento do essencial é passar a vida “apagando incêndios” sem nunca chegar a lugar algum.

Se queremos ser bons estrategistas precisamos:

• Deter-nos para observar, para tomar distância de nossas rotinas diárias (interiores e exteriores);
• Analisar/avaliar essas rotinas e o rumo que nossa vida está tomando e se é coerente com nossos ideais;
• Redesenhar nossa vida e suas rotinas ao compasso da expansão de nossa consciência;
• Desenvolver a capacidade de ter uma visão sistêmica, isto é, “panorâmica” da vida;
• Perseverar em nossas escolhas;

O Método de Cafh nos oferece as reuniões semanais, os retiros, que de forma periódica nos ajudam a ter esse espaço de detenção, distanciamento, reflexão e definição ou retificação de nosso rumo. Os retiros também tem a função de nos ajudar a recordar e a renovar nossos ideais mais elevados.

Além disso, o Método nos oferece uma orientação espiritual individual, uma espécie de consultoria, onde o orientador por ter uma percepção mais objetiva e desapaixonada nos ajuda a “desembolar” nosso complicado mundo mental.

O autoconhecimento é fundamental para que possamos nos desenvolver, mas por si só não dá controle sobre nossa vida. Temos que desenvolver estratégias para lidar com pensamentos e sentimentos, impulsos e desejos, para relacionar-nos com a sociedade, com as dificuldades financeiras, com os familiares.

O conjunto de práticas de autodisciplina que nos orientam rumo a valores permanentes, chama-se habitualmente de “Ascese Mística”. Através da autodisciplina vamos aprendendo a canalizar nosso tempo, energia e atenção para o propósito do desenvolvimento espiritual, por isso não confundimos liberdade com fazer qualquer coisa ou o que “nos dá na telha”, mas com a capacidade crescente de cumprir nossas metas e ir além das ilusões e apegos que nos movem.

Todo esse esforço é bom, mas se torna extremamente difícil sustentá-lo em uma sociedade que está voltada para aspectos contingentes e ilusórios e onde o individualismo parece ser a regra. Por isso em Cafh nos reunimos em grupos onde compartilhamos nossa busca com outros seres humanos com os mesmos ideais.

Procuramos nos grupos de Cafh, através do trabalho em equipe, estabelecer relações humanas baseadas no respeito, na ajuda mútua, na compaixão, isto é, nos mais altos valores do ser humano, dessa forma superamos o individualismo e o isolamento que tem gerado tanto sofrimento a milhões de seres. Ao criar vínculos baseados no compromisso de expandir o Amor e a Consciência, Cafh dissemina pelo mundo grupos que são verdadeiras comunidades espirituais. Dessa forma, contribuímos sem alardes, silenciosamente, mas com fé e perseverança, para a construção da sociedade humana do futuro.

Em nossa visão estratégica da vida sob o ponto de vista espiritual, renunciamos ao egoísmo de uma salvação pessoal ao compreender que caminhamos juntos com todos os seres humanos rumo ao ideal da felicidade.

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