Meditação: uma forma de oração

A ciência vem provando, a cada novo estudo, que a meditação praticada com regularidade melhora o sistema imunológico, da memória e do fortalecimento das conexões entre os neurônios. A meditação diária possibilita também o treinamento da mente para mudar ou adquirir novos hábitos e expandir a consciência e o amor. Além disso a meditação diminui a ansiedade e o estresse, ajuda no combate à depressão e melhora os níveis da atenção.

Que ela faz bem à saúde já está provado, mas não é tão fácil adquirir o hábito de praticá-la. No entanto, quinze minutos de meditação diária podem, num curto espaço de tempo, começar a fazer a diferença em sua vida. Aos poucos, esse tempo pode aumentar para meia hora, aumentando consequentemente os seus benefícios. Conheça a seguir dois exercícios de meditação ensinados e praticados em Cafh: a Meditação Discursiva e a Meditação Afetiva.

A MEDITAÇÃO DISCURSIVA

Desde Sigmund Freud, passando pela maioria dos psicólogos e suas escolas, até a medicina psicossomática de nosso tempo, todos, de forma ou de outra, reconhecem, estudam e incursionam no chamado inconsciente e no subconsciente.

Cafh proporciona uma ferramenta valiosíssima e sumamente simples de aceder e transitar por este mundo desconhecido do inconsciente, tirando daí as ensinanças para a nossa vida diária.

Para isso, neste tipo de meditação, chamada discursiva, são necessários apenas três passos fundamentais:

1. O passo da Invocação é a exposição veraz, sem disfarces nem vergonha, sem outra intenção que não seja a de expor nosso interior, nosso anseios, nossos problemas aos Poderes do Universo, à Divina Mãe, a aquilo a que consideramos árbitro e diretor de nosso destino.

2. O passo do Silêncio (o principal nesta técnica) consiste em formar um vácuo em nossa consciência desperta, sem raciocínios, sem expectativas, totalmente limpo de toda intencionalidade, para que seja preenchido, no passo seguinte, no mais profundo de nosso ser. É um momento de espera, onde nada em particular se espera, só se espera…

3. Se o segundo passo foi bem realizado, do mais profundo de nosso ser (o inconsciente?) surgirá a Resposta, que poderá ser até o próprio silêncio, ou algo tão simples como inesperado, ou tão perturbador como a verdade que não queríamos ver… Sempre há uma resposta, ainda que não seja evidente, ou que seja em outro espaço ou outro tempo, fora do exercício.

Este exercício praticado pelos membros de Cafh, realizado de forma habitual, metódica e repetida, cria padrões que permitem viver num estado de meditação habitual onde, em qualquer momento, pode-se ter acesso franco às fontes do inconsciente.

A MEDITAÇÃO AFETIVA

Se o processo da existência continua ou não é um tema que não podemos abordar, porém, neste intervalo, entre o nascer e o morrer, na passagem por este mundo, podemos dizer que tudo acontece como um rosário interminável de vivências, numa sucessão que só cessa com o último suspiro.

Essas vivências acontecem, dificilmente as dominamos, apesar de nossos desejos.

Cafh nos oferece uma ferramenta maravilhosa para que possamos pelo menos viver esse destino com a liberdade de escolher como vivê-lo, apesar de não podermos escolher suas diretrizes (o nascer, o morrer etc.). Estamos nos referindo à Meditação Afetiva.

Nessa sucessão, cada uma das vivências, que configura nossa vida, é composta de alguns elementos fundamentais: penetramos com uma intenção em todas elas, acontecem num espaço de tempo determinado, nos afetam de uma determinada maneira que nos faz agir ou reagir de um determinado modo, e cada uma delas nos proporciona a oportunidade de tirar conclusões que ajudam a nos desenvolver. Num simples caminhar, por exemplo, se encontram todos esses elementos; há uma intenção que nos leva a fazê-lo, é realizado num determinado entorno (parque, rua etc.), provoca um sentir mais ou menos intenso, porém sempre um sentir. Esse sentir nos leva a agir de uma determinada maneira (seguir, parar etc.), e deste acontecer temos a possibilidade de extrair uma ensinança (por menor que seja) que possibilita o desenvolvimento de nossa consciência. Assim temos descrito os passos da meditação afetiva.

No primeiro passo, através da Invocação, aprendemos a dar um sentido transcendente à nossa intenção, por menor que a vivência tenha sido. Invocamos sempre a algo superior para que nos assista, para que seja testemunha de nosso atuar, ou para quem oferendar esse acontecer.

No Quadro Imaginativo, aprendemos a focalizar nossa atenção, sem distrações, no fato relevante de nossa vivência.

Nas Sensações, aprendemos a dominar e orientar nosso sentir de forma que o próximo passo, o agir, seja coerente com nossos desejos mais puros e elevados.

Nos Propósitos, aprendemos a acionar e dirigir nossa vontade num agir consciente e coerente.

Nas Consequências aprendemos a tirar conclusões que nos ajudem a compreender o vivido e a desenvolver, dessa maneira, nossa consciência.

Finalmente, no Resumo Místico, realizamos para esse elo de nossas vidas o mesmo que realizaremos no momento de morrer, para toda a corrente de nosso passar pela existência: uma rápida visão retrospectiva do vivido.

Esta é só uma interpretação do que seria o exercício da Meditação Afetiva. Em Cafh, os mais experientes em meditação, orientam os menos experientes na prática do exercício.

Com o hábito de realizar diariamente, e de forma metódica, o exercício da meditação, cria-se uma forma espontânea de viver, que segue os padrões depurados e aperfeiçoados, de forma consciente. Essa forma de viver é o estado de meditação permanente.

Consequentemente, a ensinança nos esclarece que “a meditação é a força interior da alma e seu exercício, o hábito para consegui-la”.

José L. Sevilla reside em Brasília e é membro de Cafh desde 1963

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