Interdependência e a saga Avatar

O roteiro do filme “Avatar” é comum, mas desperta a nossa sensibilidade – é a eterna luta entre o bem e o mal, entre vida sustentável e destruição em nome de interesses de poder, entre desenvolvimento a qualquer preço e preservação do meio ambiente. Mas nos leva a refletir sobre a dificuldade humana de lidar com a diversidade, em incorporar esta evidente e necessária conectividade com tudo o que nos cerca. Resistimos em aceitar este sentimento de unidade com o todo, sentimento este já comprovado e estabelecido pela ciência contemporânea. Também resistimos em sentir a diversidade como um ensinamento e não como uma ameaça. Dependemos completamente de nosso entorno, embora estejamos cheios de temores e incertezas acerca da prioridade de desenvolver e consolidar esta relação com a natureza e com todos os que nos cercam.

Sensível e extremamente criativo e revolucionário em sua tecnologia, o filme estimula sentimentos ideológicos e faz brotar nos espectadores uma ideia que ultrapassa sua projeção: a de nossa interdependência com o todo, como parte dele. Mexe com nossa ecologia interior e pode provocar uma atitude exterior de cuidado com nosso Planeta e com tudo o que ele contém: os seres humanos, animais, vegetais, minerais e todos os seus conteúdos próprios.

Pandora parece rudimentar, primitiva mesmo, mas é nesta “terra” que as formas inteligentes de vida – os Na’vi – ainda vivem como parte integrante da Natureza. Esta é a interdependência que a película parece nos mostrar.

Porém, se nos encorajamos e nos expandimos um pouco mais, embrenhando-nos nas sugestões do roteiro e em reflexões pessoais, podemos alcançar um âmbito um pouco mais amplo de confiança na capacidade humana para superar as suas dificuldades, reconstruir, aproveitar as experiências sem classificá-las como boas ou más. A partir daí, criamos ações simultâneas, mesmo que supostamente nos disponhamos a trabalhar independentemente, pois estabelecemos uma rede de cooperação refletindo uma interdependência. Ao estar cada vez mais conscientes destas ações simultâneas e efetivamente participar através delas, nós estaremos atuando para solucionar os problemas do mundo.

Também nos compete ter consciência de que os obstáculos serão múltiplos e interdependentes, gerados por nossas próprias estruturas rígidas e cristalizadas, assim como no filme!

E assim vamos, gradativamente tendo a oportunidade de aprender, levantar-nos sobreviventes e, contando com a força de nossa fixação interior, reconectar-nos – assim como no filme – e prosseguir com nossa missão humana, mas com um novo senso de humanidade.

Talvez possamos ousar acrescentar um outro significado ao que Dom Santiago Bovísio – mestre fundador de Cafh – quer nos dizer quando insistia em que “ideias e obras novas se preparam para o mundo”. Talvez possamos incluir estas ações simultâneas com o sentido consciente de interdependência para “alcançar a felicidade por nossos próprios meios, deixando de depender da dádiva que possamos receber.”*

Parece-nos claro e objetivo sentir-nos como continuadores dos “atiradores de pedras”, como calceteiros contemporâneos, colocando as pedras que alicerçarão a Obra de Cafh para o futuro. Interdependentemente conscientes.

*Santiago Bovísio-  Curso “Desenvolvimento espiritual

Anna Cecília Silveira é professora, residente em Petrópolis– RJ. Membro de Cafh desde 1986.

Créditos

Direção James Cameron
Produção James Cameron
Jon Landau
Roteiro James Cameron
Elenco Sam Worthington
Zoë Saldaña
Sigourney Weaver
Stephen Lang
Michelle Rodriguez
Giovanni Ribisi
Joel David Moore
Gênero épico
ação
aventura
ficção científica
Música James Horner
Cinematografia Mauro Fiore
Edição James Cameron
John Refoua
Stephen E. Rivkin
Companhia(s) produtora(s) Lightstorm Entertainment
Dune Entertainment
Distribuição 20th Century Fox
Idioma inglês

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