Sobre a meditação

Sobre a Meditação

O que se entende por meditação? O que significa meditar para muitos de nós? Pensar, sentir, refletir, dar, aprofundar, conhecer, reconhecer, buscar, silenciar, elevar-se…? Talvez um pouco de tudo, e até mais…

Mas, de fato, esta experiência terá a cor, a nota e o perfume que cada um deseja colocar com sua intenção.

Não consideramos tão importante discutir aqui o porquê de meditar, mas, sim, ter ideia de para quê fazê-lo.

Poderíamos dizer, em primeiro lugar, que, sem dúvida, são úteis e válidos os esforços, os exercícios e a disciplina, pois, com o tempo, nos levam a meditar. Embora todo esforço forje e tempere nossa disposição, não se trata tanto de “sofrer ou transpirar”. Melhor seria talvez que fôssemos convidados a encontrar uma finalidade, a descobrir para que meditar.

Encurtemos tempo e distância abrindo espaço em nosso interior, suavemente, para pavimentarmos o caminho a ser percorrido.

Encontrar a resposta, a finalidade, não só nos preencherá interiormente, mas, também, nos dará, de forma natural, forças para meditar, mesmo que seja através da ascética .

Em cada novo dia que se inicia, a cada momento, temos a possibilidade de escolher. Que maravilha, ao alcance de nossas mãos, é escolher para que viver hoje, que direção tomar, que sentido dar! Não fazê-lo é um desperdício, mas esta decisão, seja ela mais ou menos consciente, deve ser respeitada, embora as consequências possam ser imprevisíveis.

Meditar antes de… nos dá o dom de viver com mais certeza, ainda que dentro da incerteza… “navego com clareza e em paz em um pequenino bote, dentro da imensidão imprevisível do mar” .

Meditar depois de … nos serve para avaliar, ajustar e reorganizar o modo pelo qual vivemos o nosso dia, e a direção que damos à nossa vida.

É óbvio que nos parece mais rico e proveitoso escolher meditar; meditar sobre nossas escolhas e possibilidades antes de atuar,

e também depois de havê-lo feito. E será que os resultados têm importância?

Por um lado, escolher determina sempre um presente mais consciente e um futuro com consequências bem mais próximas do sentido e orientação que gostaríamos de imprimir à nossa vida. Por outro, pode-se viver de forma independente dos resultados das ações, na medida em que se escolhe uma finalidade, o para quê meditar.

Vale a pena recordar que “ninguém chega aonde não vai” e o que importa é pôr-se em direção a… Pelo menos, “não se ficará perdido, longe de casa, nem dependente de terceiros ou de circunstâncias totalmente alheias às escolhas feitas, à própria busca”.

Ainda que o destino a ser alcançado tenha um valor relativo, tê-lo claro na mente e no coração, nos mergulha em um processo de vida mais consciente e em um presente mais intenso, no qual cada minuto é uma hora e cada hora é um dia, e em que cada detalhe, que antes nos era desconhecido, começa a brilhar em meio a tantos outros, para que o desfrutemos e apreciemos devidamente. Assim, são produzidos os frutos dos momentos vividos, e vamos afinando a sintonia com a música ambiente para dançar ao compasso do nosso mais veemente anseio interior.

Essa paulatina harmonização conosco mesmos, com nossas possibilidades, com as pessoas, com a vida, também dá frutos que nos levam a convidar outros, imersos em suas próprias buscas, a buscar uma vida mais plena e melhor, em conjunto.

Certamente é necessário ter respostas adequadas! Mas o essencial consiste em buscar, imaginar, criar, escolher novas perguntas, meditando. Desse modo, a meditação deixa de ser um mero exercício e se converte em uma chave de ignição que pode ser ligada a qualquer hora, a qualquer momento, dia após dia, dando um passo à frente do ponto em que estivermos.

Claudio M. Pushong é consultor de empresas, residente em Mar del Plata – Argentina. Membro de Cafh desde 1975.

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