Estado de consciência habitual: o reino da personalidade.
Assim que desenvolvemos a nossa consciência, começamos tratar de entender quem somos e qual é o nosso lugar no mundo. Uma vez que tenhamos definido a nossa identidade e nossas características, acreditamos entender a nós mesmos e ao mundo que nos rodeia. Sentimos, especialmente, que adquirimos uma individualidade própria e exclusiva.
Na realidade, seguimos caminhos já trilhados e comportamo-nos como um a mais do grupo e da cultura que nos definiu, qualquer que seja a nossa atitude ante a vida.
Não nos descobrimos, mas copiamo-nos dos diversos modelos a que fomos expostos, tanto em nossa família, nossa etnia, nosso status social, nossa cultura, nossas crenças, nossa nacionalidade, como em nossa época.
O que sentimos como nossa individualidade é, na realidade, uma personalidade adquirida.
Por mais forte que seja nossa identificação com os nossos hábitos e ideias feitas, chega um momento em que nos sentimos presos em moldes fechados dos quais queremos escapar, liberarmos até de nós mesmos. É que, inconscientemente, damo-nos conta de que o molde que nos aprisiona é, precisamente, esse “nós mesmos”, a nossa personalidade adquirida, corrente (chamamos corrente porque é a conhecida e aceita na época e no meio em que nos desenvolvemos).
Se respondermos ao nosso anseio de liberdade interior, adotaremos um método que impulsione nosso desenvolvimento.
É importante entender que um método de trabalho implica um objetivo claro, disciplina e regularidade. Quando o trabalho se centraliza no processo de desenvolvimento espiritual, o método é uma “ascética”.
{modal url=”index.php/sobre-cafh/o-que-e-cafh”}Cafh{/modal} nos oferece um {modal url=”https://www.cafh.org/templates/atomic/images/Publicaciones/PDF-ensenanzas-cursos/portugues/METODO%20DE%20VIDA%20(Edicao%202009).pdf”}método{/modal}, uma ascética, que se assenta em três normas:
Método de vida
Esforço continuado
Domínio mental
Se nos guiássemos apenas por estas três normas, poderíamos alcançar um notável autodomínio, mas não desenvolveríamos, necessariamente, o nosso estado de consciência. Para isso temos de aplicar o autodomínio ao campo próprio do estado de consciência: a ideia que temos de nós mesmos e do mundo em que vivemos.
Abordar o tema sobre a percepção de nós mesmos, da vida e do mundo implica ter coragem para reconhecer os condicionamentos e os hábitos de sentir e de pensar que adquirimos e através dos os quais definimos a nossa individualidade.
O simples fato de considerar este tema dá-nos a possibilidade de expandir o nosso estado de consciência, porque nos dá um ponto de vista fora da estrutura mental e emotiva que constitui nosso mundo interior.
Ver-nos “de fora” nos permite dar-nos conta da forma limitada e pré-condicionada através da qual, habitualmente, percebemos a nós mesmo, e também ao que acontece a nós e à nossa volta.
Isto porque a área de nossa percepção é o campo de trabalho interior, onde a ascética gera o desenvolvimento de nosso estado de consciência.