Peregrina de Paz – ECE Editora, 1999

“Hei de peregrinar até que a humanidade haja aprendido o caminho da paz, caminhando até que me ofereçam abrigo e jejuando até que me deem alimento”.
Peregrina de Paz

Esta foi a promessa feita pela Peregrina de Paz, uma mulher de cabelos brancos, morta em 1981 em um acidente de automóvel, enquanto caminhava sem um centavo no bolso, como meio de inspirar as pessoas a orar e trabalhar com ela em prol da paz no mundo.

Durante suas peregrinações, que se realizaram no período entre 1953 e 1981, a Peregrina de Paz fez palestras em igrejas e universidades, falando para jornais, revistas, rádio e televisão sobre suas experiências pessoais e sobre a paz interior e exterior. Cruzou o país sete vezes, percorrendo os 50 estados americanos, as dez províncias do Canadá e partes do México, levando sua mensagem de paz com alegria e entusiasmo contagiantes.

Nascida num lugarejo dos Estados Unidos, no começo do século 20, muito jovem se deu conta de que a vida que levava não fazia sentido e de que só encontraria o seu significado quando se entregasse a Deus e servisse aos outros.

O livro, escrito por seus amigos, narra em primeira pessoa suas experiências e reflexões transcritas de fitas gravadas por ela mesma. A primeira parte do livro descreve, de forma simples e direta, sua preparação para uma vida de peregrinação e adequação psicológica e espiritual, além de disciplina física e mental.

Certa vez, quando ainda não tinha dado início às suas peregrinações, a futura Peregrina de Paz disse a seus colegas de colégio que lhe ofereciam bebidas e cigarros: “A vida é uma séria de escolhas e ninguém pode impedi-los de fazer as suas, mas eu também tenho o direito de fazer as minhas. E eu escolhi a liberdade”.

Suas considerações sobre as dificuldades que encontramos ao nos relacionarmos com os outros, ou ao nos defrontarmos com nossos problemas do dia-a-dia, seguidas de exemplos de situações vividas por ela, são sempre entremeadas de palavras de conforto e esperança.

Como por exemplo: “A vida é uma mescla de êxitos e fracassos. Que sejamos alentados pelos êxitos e fortalecidos pelo fracasso”; ou “Exercitem o corpo; é o templo da alma”; ou ainda, “Passamos muito tempo dizendo a Deus o que queremos que Ele faça, mas não o suficiente esperando em silêncio para que Ele nos diga o que fazer”.

A Peregrina de Paz considerava a si mesma como uma servidora que se empenhava em ajudar os seres humanos a superar a causa original de suas dificuldades: a imaturidade.
Optou por trabalhar tendo como objetivo sempre o lado positivo dos fatos. Dizia que o melhor critério para julgarmos se algo era adequado ou não, era perguntar-nos: “Trouxe-me paz interior?”. Se a resposta fosse negativa, era melhor continuar buscando.

Sua mensagem de paz nos remete a uma busca do significado real da vida e da missão que cabe a cada um de nós cumprir.

Cristina R. Woolf – Tradutora e intérprete.

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