“Meditação: Uma prática insubstituível para o desenvolvimento”

Uma prática insubstituível para o desenvolvimento

MEDITAÇÃO – Uma prática insubstituível para o desenvolvimento – Quenrie

São Paulo – Editora Biblioteca 24 horas – www.biblioteca24horas.com

1ª Edição – setembro 2020

ISBN: 9786586144710

 A meditação tem sido utilizada para diversos fins: para relaxamento, para a saúde, de forma mística ou utilitária. Em Cafh, o objetivo é o desenvolvimento da consciência do ser. Neste livro, o autor descreve a meditação como praticada em Cafh.

A meditação é praticada por diversas civilizações e culturas, com diferentes significados. Basicamente, as atitudes perante à vida seriam, segundo o autor, “ a do ser”, “a do não ser” e “a do ser e não ser”, a cada uma correspondendo intenções diferentes. 

As meditações do oriente, excetuando-se às da China, tendem “ao não ser”, à neutralização da influência da mente. As do ocidente, em que predomina a atitude “do ser”, são instrumentos do ser e de seu crescimento. Em geral, são realizadas para obtenção de diversos propósitos, em diferentes âmbitos, no trabalho, na relação, na saúde e em outros.

Cafh propõe a do “ser e não ser”, ou devir contínuo.

O autor cita os tipos de meditação descritas pelo escritor Daniel Goleman: meditação com atenção no processo respiratório, meditação de relaxamento, meditação de concentração, meditação caminhando, todas baseadas na atitude “do não ser” do oriente, como ferramentas de autoajuda.

Outros tipos de meditação citadas são a concentração no movimento, o foco na respiração, o apoio em um mantra, a meditação deitado, todas seguidas de explicação detalhada. A meditação transcendental utiliza a mente para emitir determinados mantras, que se acredita terem propriedades psicoativas; a meditação budista orienta o praticante a se recolher a um lugar tranquilo, em posição determinada, e a inspirar e expirar, ao mesmo tempo em que se conta de 1 a 10; a meditação Maum, surgida na Coreia do Sul e que, segundo seus praticantes, permite trocar a mente humana pela mente do universo.

É no mundo afetivo, no entanto, em que, segundo o autor, podemos trabalhar sobre nós mesmos, em busca de nosso desenvolvimento como seres integrais.

A meditação afetiva de Cafh é composta por sete estágios, onde, no primeiro estágio, se trabalha sobre os instintos mais primários, simbolicamente representado por “A Dama do véu negro”.

No segundo estágio, a consciência é despertada para a necessidade de desenvolvimento, para que se dê um sentido à vida, simbolicamente representado por “O Abismo”.

No terceiro estágio, já consciente da necessidade de se superar a si mesmo, o ser escolhe para si a liberdade de se desapegar de tudo aquilo que o condiciona, simbolicamente representado por “Os dois caminhos”.

No quarto estágio, já consciente da vocação de sua vida, o ser busca se apoiar em algo que lhe traga força e segurança para se manter em seu ideal, simbolicamente representado por “O Estandarte”.

No quinto estágio, se amplia a compreensão do significado da renúncia, da relatividade dos valores e conquistas, simbolicamente representado por “O Templo de Ouro”.

No sexto estágio, vive-se plenamente o presente, único momento pleno da existência, simbolicamente representado por “O Véu da Ahehia”.

No sétimo estágio, o potencial eterno se une conscientemente à manifestação presente. É o prelúdio da união eterna, simbolicamente representado por “A Ressurreição de Hes”.

Essas etapas para o desenvolvimento espiritual compõem as duas ferramentas de trabalho em Cafh: a meditação afetiva e a meditação discursiva.

A Meditação Afetiva oferece a oportunidade de analisar as vivências diárias e escolher como vivê-las. As vivências neste tipo de meditação são explicitadas e detalhadas em sete passos: 1º – Invocação, onde se coloca a intenção; 2º – Quadro imaginativo, onde se descreve a realidade objetiva; 3º – Sensações, onde se descreve a realidade subjetiva, os sentimentos; 4º – Propósitos, onde se propõe o agir volitivo; 5º – Consequências, onde se toma consciência e, finalmente, 6º – Síntese mística, onde se decanta a experiência.

Na invocação, trabalha-se sobre as prioridades e intenções, numa direção transcendente, avaliando os desejos e preferências, com o intuito de se escolher e priorizar o mais adequado.

No quadro imaginativo, evidencia-se objetivamente o motivo da meditação, focalizando e avaliando os acontecimentos sobre os quais se quer trabalhar, estudar e superar.

Nas sensações, o objetivo principal é o de gerar sentimentos controlados e apropriados que ajudem no processo de transformação e crescimento do estado de consciência.

Nos propósitos, atua-se sobre a vontade, elegendo conscientemente as opções que se necessita para o desenvolvimento.

Nas consequências, chega-se à conclusão do que se aprendeu das experiências vividas. Adquire-se a consciência de que todos os atos pressupõem uma consequência.

Na síntese mística, transcende-se o que foi vivenciado, extraindo-se o essencial da experiência vivida.

No exercício diário de meditar, em que se treina de forma metódica a mente e o corpo, novos sulcos cerebrais e emocionais vão formando novos padrões comportamentais, que se incorporam a um novo estado de vida, ao qual chamamos de “estado de meditação permanente”.

Nas primeiras etapas do caminho de Cafh, se utiliza outra ferramenta de trabalho chamada de Meditação Discursiva, utilizada para o conhecimento e o encontro consigo mesmo. Constitui-se de três partes: a invocação, o silêncio e a resposta.

Na invocação, abre-se o coração ao expor seu interior aos poderes do universo, à Divina Mãe. No silêncio, silencia-se a mente para deixar que, no próximo passo, a consciência seja preenchida por uma resposta advinda, talvez, do inconsciente. A resposta poderá ser até o próprio silêncio, ou algo totalmente inesperado.

O aprendizado da meditação exige prática e orientação, como a posição em que o meditante deve se colocar, as palavras e frases a serem utilizadas e o direcionamento do pensamento.

O ser humano desenvolve a autoconsciência ao longo de sua vida, porém, a plena consciência de si só é obtida no decorrer de um longo processo, que, frequentemente, leva uma vida inteira.

A diferença entre autoconsciência e consciência de si reside na percepção do ser quando se reconhece a si mesmo, diferenciando-se dos que o cercam. Na consciência de si, o ser se reconhece independente do mundo, onde ele se oferenda a este mundo e a outros seres.

Neste processo de questionamento da sua existência, o ser se angustia com a verdade inexorável de sua morte. Ele então cria os protetores superiores para que o liberem de seu destino. Surgem os paradigmas da fé, da crença, do castigo, do paraíso e do inferno, criando ilusões de salvação.

O ser humano descobre a Lei da Renúncia quando, ao buscar desenvolver sua consciência, compreende que as crenças religiosas são formas de aquietar seu medo ancestral da morte. A Lei da Renúncia é o elo de ligação entre a ciência e o desenvolvimento espiritual.

Para prosseguir no seu caminho de desenvolvimento, o ser precisa descobrir-se: saber quem é, de onde vem, para onde vai.

A consciência se interliga às dimensões de espaço e tempo, sendo uma dimensão a mais, que se une a estes para que a existência se torne realidade.  Uma vez compreendido este fato, a compreensão do mundo e a relação do ser com ele se transformam. Sendo a consciência uma dimensão, ela não perece, mas se reintegra à sua origem.

Em Cafh, o próprio ser investiga e procura seu desenvolvimento e da sua consciência em direção à Consciência Cósmica. As técnicas de meditação de Cafh e o seu método são as ferramentas que o ser utiliza em busca desta Consciência.

Por Cristina Woolf

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