Por William Dias Braga
É comum ouvir que o desenvolvimento é um processo, e que este processo tem quatro estágios: Bem-estar/Dificuldade ou conflito/ Compreensão/Integração-Expansão. Um desafio permanente se apresenta, uma vez que estes quatro estágios são aplicáveis à multiplicidade de situações cotidianas que enfrentamos.
Quando conseguimos, pela manhã, compreender determinada situação pretérita, no início da tarde surge uma nova dificuldade, com fundamentos distintos, que promove novo conflito, e à noite conseguimos integrar e expandir em nós algo do mês anterior. Na semana seguinte, ou no ano seguinte, talvez consigamos lidar com aquela nova dificuldade que se impôs, e novos conflitos terão se incorporado à equação.
Como ensina Heráclito, o conflito pode produzir transformação e dessa transformação emergir uma nova tensão, em um devir permanente. E tudo isso produzindo novas formas de organização da natureza, das ideias e da sociedade.
O processo dialético não é um processo unívoco. O que compreendemos há 20 anos é reprocessado em nova compreensão, diante de novas experiências. Por isso, há sempre um novo estado de consciência.
Decerto, poderemos conseguir alcançar a consciência de que determinadas situações podem ser “encampadas” pela compreensão – integração – expansão anterior, mas se o paradigma fundante da dificuldade ou conflito se altera, alterar-se-á também a forma ou maneira de alcançar a compreensão – integração-expansão. Não há, no meu entendimento, uma chave-mestra para todos os cadeados da existência.
Diria, inclusive, que a beleza está nisso: na impossibilidade de um programa de computador (anímico-cerebral) ser capaz de lidar de maneira única com todos os problemas de diferentes naturezas.
Meditemos, pois. Respiremos, também.