A casa, o lar

A casa, o lar

Vivemos num vasto espaço comum: o planeta Terra. Aqui nascemos, crescemos, aprendemos, ensinamos, transmutamos a nós mesmos, dinamizamos a vida. Por milhões de anos vem sendo assim. A Terra é a casa de todos.

Inseridos nesse contexto expansivo, desenvolvemos moradias particulares (cavernas, palácios, choupanas, prédios), e nesses espaços convivemos com os familiares, construímos uma identidade, uma história mais próxima e íntima: nossos lares.

O lar tem dimensões material, social, afetiva, cultural e espiritual. Tem corpo, alma e energia. É peculiar, irrepetível, um espelho de seus moradores, uma célula do conjunto humano. O lar participa da vida comum em sociedade através de seus moradores, podendo ser um ponto de leveza, de inclusão, de participação. Ou pode ser também uma referência individualista, fechada em si, apartada do todo.

Tecer, pacientemente em nossos lares, espaços agradáveis, acolhedores, em que descobrimos e oferecemos a nossa bondade originária, nossa empatia, comedimento, cuidado atencioso, nossa responsabilidade com o todo em que existimos – sem sermos um peso aos demais –, é um ato de amor e de alcance universal. Ao não nos fixarmos em demandas individuais e alheias ao bem comum e, ao não cultivarmos o esbanjamento e a ostentação, propagamos e fortalecemos o bem de nosso destino comum.

Ao construirmos nessa pequena célula da humanidade um ambiente organizado, receptivo, harmônico e democrático, sem perder de vista o contexto geral em que estamos incluídos, plasmamos esses valores onde vivemos e convivemos. É simples assim. Tudo sempre absolutamente coerente com nosso nível de consciência e de vontade.

Ao nos restringirmos ao necessário e a uma prática equilibrada de usufruir dos recursos e dos bens, ocupamos então, um só lugar, não o nosso e o de outros. Nossos lares, então, se transformam em possibilidades reais de felicidade e de fraternidade expandidas.

Que nossos lares sejam, assim, um ponto acolhedor, de permanente e delicado comprometimento amoroso, exterior e interior, de paz e plenitude, de respeito e aceitação da diversidade humana, a fim de que floresça no mundo, entre todos, forte e responsavelmente, uma nova dimensão do viver.

Vera Lucia

Últimas matérias
NewsLetter

Assine nossa newsletter

Assine nosso boletim informativo para obter informações atualizadas, notícias e insights gratuitos.