Brumas de Assis

Brumas de Assis

Essa reflexão poética sobre Francisco de Assis foi escrita por Francisca de Paula e Alfredo Matta em outubro de 2005, em Assis, Itália.

Do alto de Assis, as brumas cobrem os Apeninos. Apenas se vê pombos voando, como se anunciassem a presença de Francisco por toda parte – nos muros, nas torres, nas fontes, na sua gente. Minerva e Clara estão presentes, aos redores de Francisco. Embaixo, o campo, a natureza, as trilhas de Francisco. Presença das oliveiras, dos pinheiros, da horta, das laranjeiras e dos limoeiros. Em tudo está Francisco!

Dentro da capela interior da catedral, a singeleza da simplicidade de Francisco, que marca e abala o coração, desperta a mente para uma consciência do ser. Fazendo-me pensar, pensar e rever a gula por ter um silêncio profundo n´alma, faz jorrar lágrimas contidas. E lá, sentado, está Francisco a folhear página por página com mensagens para se ter simplicidade, humildade e viver para doar-se. Amor puro, sem logro!

Em Assis, o sabor do trabalho humano, a beleza das flores, o charme plástico, a arte manufaturada em porcelana e barro, em madeira e metal. Em tudo está Francisco!

A cidade medieval é uma oração vinda das migalhas, das vestes, do Tau, das pantufas e da pele de Francisco. No entardecer, o sol desponta com força por detrás das brumas de Assis. Pleno, brilhante e cheio de fé e esperança de estar de volta no dia seguinte. Nele, no Sol, pulsa o calor do amor de Francisco que aquece as brumas de Assis, ardendo os olhos e penetrando n´alma de quem o mira. Em tudo está Francisco!

Ah, brumas de Assis, que bem me fazem! Nas brumas de Assis, acolho-me, aquieto-me, calo-me, esvazio-me…e canto:

Senhor, fazei-me instrumento
de vossa paz.
Onde houver ódio,
que eu leve o amor,
Onde houver ofensa,
que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia,
que eu leve a união,
Onde houver dúvida,
que eu leve a fé,
Onde houver erro,
que eu leve a verdade,
Onde houver desespero,
que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza,
que eu leve alegria,
Onde houver trevas,
que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que
eu procure mais
Consolar, que ser consolado,
Compreender, que ser compreendido,
Amar, que ser amado,
Pois é dando, que se recebe,
E é perdoando que se é perdoado,
E é morrendo, que se vive,
Para a vida eterna. Amem!

 

As brumas de Assis, são também como véus que cobrem o essencial para um viver saudável. Em Assis, por Francisco, sentei, orei e chorei. Chorei com a esperança de que as minhas lágrimas regassem a Terra, o meu coração e banhassem a humanidade de amor e paz.

Em Assis, o amor de Francisco está presente. A força deste amor está no meu coração, no meu ser.

Abençoado Francisco que transformou sua vida em alimento para a humanidade.

Francisca de Paula e Alfredo Matta, Salvador-Bahia-Brasil.
Assis, Itália, Outubro de 2005.

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