A vez de Francisco de Assis…

A vez de Francisco de Assis…

A humildade, a abnegação e o amor pela natureza eram marcas de Francisco de Assis, cuja práxis deixou legados importantes para toda a humanidade.

Nascido em Assis, Itália, em setembro de 1182, predestinado a viver na prosperidade material oriunda do comércio de seu pai, Pietro di Bernardone, e da linhagem de nobreza da sua mãe, Pica de Bourlemont, Francisco dizia: “Não sabeis que estou destinado a ser um grande príncipe?” (ORTEGA, 1990, p.233).

Entre o esbanjamento da riqueza e a caridade, Francisco, no pós-guerra civil, viveu no cativeiro, onde ficou enfermo por longo tempo. Este momento de sua vida é um marco para o processo de mudança e transformação da sua existência. Já pressentia uma necessidade de tomar as rédeas do seu destino, realizando façanhas entre “a espada e a cruz”, pois desejou combater em Espoleto, cidade situada entre Assis e Roma, e os seus sonhos revelavam e as vozes sinalizavam o rumo que deveria tomar em sua vida. A voz perguntava: “Diz-me, Francisco: a quem vale mais servir – ao amo ou ao servo? Francisco respondia: “Ao amo, certamente” (ORTEGA, 1990, p.234).

Esses adventos, ouvindo a voz do “seu interlocutor invisível” (ORTEGA, 1990, p.234), mobilizaram o místico Francisco para reflexões profundas e para a tomada da decisão de retornar para Assis, sua terra natal. Em contexto social impregnado de riqueza e com a presença do Divino, ouvia a voz, que dizia:

“Francisco, se queres conhecer minha vontade, deves desprezar e abominar tudo quanto teus sentidos amam e apetecem. Quando tiveres conseguido isso, então te será amargo e insuportável o que antes te era doce e deleitável, e acharás gozo e contentamento no que antes detestavas” (ORTEGA, 1990, p.234).

Isso tocou o coração e alma de Francisco, fazendo-lhe recolher-se, distanciar-se de amigos e da vida afortunada, dedicando-se à oração e à meditação em meio da natureza; a conviver com leprosos e pobres; a realizar obras, a exemplo da capela de São Damião; e a renunciar a tudo que foi oriundo da riqueza de seu pai, incluindo as vestimentas, tornando-se “nobre servo do Senhor”. Francisco converteu-se em “apóstolo e evangelista” e começou a fazer penitências, mendicâncias, peregrinações e pregações “para a paz do Senhor para todos os que a desejem” (ORTEGA, 1990, p.235), atraindo seguidores.

A humildade, a abnegação, o amor pela natureza, eram marcas de Francisco. A sua práxis influenciou mudanças na estrutura social, deixando alguns legados importantes para a humanidade.

O Papa Inocêncio III – incentivador da criação de Ordens Religiosas, a exemplo da Ordem dos Frades Menores (1210) — reconhece que Francisco de Assis impactaria a Igreja Medieval (476-1453) dizendo-lhe: “Na verdade, é por meio desse homem piedoso e santo que a Igreja de Deus será restabelecida nas suas bases!” (https://cleofas.com.br/sao-francisco-e-o-papa-inocencio-iii/. Acesso: 13 de novembro 2022).

De uma vida de renúncia e devoção a Deus, São Francisco de Assis “faleceu em 1226, cego, entrevado, doente, e cantando…”

Referência
ORTEGA, Alicia. A Mística e os Místicos, do amor que excede todo o conhecimento. São Paulo: ECE, 1990.
FELIPE, Aquino. São Francisco e o Papa Inocêncio III. Site Editora Cléofas.
https://cleofas.com.br/sao-francisco-e-o-papa-inocencio-iii/.
Acesso: 13 de novembro 2022, às 23h:55

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