Teresa D’Ávila: uma expressão de amor a serviço de Deus

Teresa D’Ávila: uma expressão de amor a serviço de Deus

Mística, poetisa, escritora e devota, Teresa D’Ávila teve uma vida inteira dedicada ao amor de Jesus, sendo canonizada em 1622 e reconhecida como a primeira Doutora da Igreja, por Paulo VI, em 1970.

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“Ó Santa Teresa de Jesus, vós sois a mestra da genuína oração e nos ensinais a rezar conversando com Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ó Santa Teresa, ajudai-nos a rezar com fé e confiança, sem nunca duvidar da bondade divina. Ajudai-nos a rezar com inteira conformidade de nossa vontade com a vontade de Deus, com insistente perseverança até alcançarmos aquilo que necessitamos.”

Teresa Sanchez Cepeda D’Ávila e Ahumada nasceu em Ávila, em Castela, a Velha, que então já compunha a Espanha, em 28 de março de 1515, e faleceu em Alba de Tormes, em 4 de outubro de 1582. Igualmente a Francisco de Assis, tinha pais ilustres, Alonso de Cepeda e Beatriz de Ahumada que, juntos, tiveram 10 filhos, afora os outros 2 do primeiro casamento do pai.
Teresa era a terceira filha do casal, cujo temperamento era alegre, vivaz, sociável, dinâmico, afetivo, terno, generoso etc. Perdeu a sua mãe ainda menina, quando tinha 13 anos, sendo enviada pelo pai para um colégio religioso, o que a levou a escolher entrar no Convento Carmelo da Encarnação, ou das Carmelitas, por temer a vida predestinada para todas as mulheres daquela época: casar-se e ter filhos.
A mística, desde pequena, já possuía um coração inflamado de amor pela Virgem Maria, tendo sempre o seu irmão Rodrigo como companheiro dos momentos de orações. Esta vocação foi se acentuando por meio de leituras, influência dos franciscanos e pelo amor desenvolvido por Jesus Cristo.
Um ano após o seu ingresso no Convento, Teresa adoeceu gravemente, acreditando que foi curada por intercessão de São José, embora tenha ficado com sequelas, um corpo frágil que sofria frequentes afecções terríveis.
Durante a sua vida no Convento, já com 40 anos, logo após a morte de seu pai, tornou-se mais disciplinada, devota e atuante, fundando 15 conventos de carmelitas descalças reformadas. Parceira incondicional de São João da Cruz, que contribuiu para reformas nas ordens masculinas. Juntos, fundaram 14 conventos de religiosos da mesma ordem.
A intimidade de Teresa e Jesus era tão profunda e intensa que nos seus diálogos com Ele, Ortega (1990) registra:

Santa Teresa rogava a Nosso Senhor que, em vez de cumulá-la com tantos fervores, os dispensasse aos homens sábios, aos sacerdotes, aos religiosos e aos teólogos. E Ele lhe respondeu: “Esses não têm tempo nem vontade de travar relações de confiança comigo. Sempre me desdenham, tenho, pois, que me dirigir a simples mulheres, se quiser ter o consolo de tratar de meus interesses com a humanidade”. Quando ela caiu na água, em uma de suas viagens, e se queixou a Ele, recebeu como resposta: “Assim trato eu meus amigos”. […] E ela vivazmente responde […] “Por isso os tens tão poucos” (ORTEGA, 1990, p.374).

Totalmente entregue e abandonada nos braços de Jesus Cristo, conforme Leila Ribeiro, Deus a conduziu em direção às “sétimas moradas”, comprovando que Deus não deseja outra coisa senão dar-Se a quem O queira receber. Diz Teresa que Deus “doura as culpas” e tira o máximo partido do que é bom em cada um de nós.
Teresa de Jesus era muito inteligente, mística, poetisa, escritora de alguns livros, cartas, poesias, escritos soltos e memoriais. Citando alguns: Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Castelo Interior ou As Moradas, As Fundações, Contas de Consciência, Meditações sobre os Cânticos dos Cânticos, Visita de Descalças, Desafio Espiritual, Vexame, Exclamações, e a sua extraordinária autobiografia, muito posterior às confissões do Mestre Agostinho.
Ela teve que silenciar o seu talento com o uso das letras, o conhecimento teológico e a entrega de si mesma, procurando relatar suas experiências espirituais com humildade para não ser tratada como herege, nem ser decaptada pela Inquisição. A Santa Teresa foi beatificada por Paulo V em 1614; canonizada por Gregório XV em 1622; e foi a primeira a receber o título de Doutora da Igreja, por Paulo VI, em 1970, deixando, dentre inúmeras contribuições, uma Oração de fé, esperança e amor ao Divino – “Só Deus Basta”:

“Nada te perturbe, nada te espante,
Tudo passa, Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem, nada lhe falta:
Só Deus basta.

Eleva o pensamento, ao céu sobe,
Por nada te angusties, nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue, com grande entrega,
E, venha o que vier, nada te espante.
Vês a glória do mundo? É glória vã;
Nada tem de estável, tudo passa.

Deseje às coisas celestes, que sempre duram;
Fiel e rico em promessas, Deus não muda.
Ama-o como merece, Bondade Imensa;
Quem a Deus tem,
mesmo que passe por momentos difíceis;
Sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta.
SÓ DEUS BASTA!”

Referência

ORTEGA, Alicia. A Mística e os Místicos, do amor que excede todo o conhecimento. São Paulo: ECE, 1990.

RIBEIRO, Leila. Conheça a história de Santa Teresa D’Avila (Santa Teresa de Jesus). Disponível em: https://arqbrasilia.com.br/conheca-a-historia-de-santa-teresa-de-avila-santa-teresa-de-jesus/. Acesso: 12 de março de 2023, às 14h:30.

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