Gratidão I
Da gratidão espontânea à busca por conexões humanizadoras, a consciência expandida revela graus variados dessa força espiritual, convidando-nos a explorar como ela se transforma do âmbito mais íntimo ao interconectado.
O que é a gratidão? Um sentimento? Uma emoção? A gratidão é um agradecimento, uma ação que nasce de uma emoção, de um sentir cada vez mais expansivo e se transforma em participação, em um meio para criar e explicitar vínculos benéficos para a evolução da vida.
A gratidão é, às vezes, um agradecimento espontâneo, gratuito. Outras vezes é um agradecimento motivado por ter reconhecimento, pela graça de receber e pela vontade de retribuir. A gratidão é uma força, um bem espiritual que move o processo de desenvolvimento humano. Agradecer é uma forma de gerar força espiritual capaz de transformar a existência em gestos cada vez mais humanizados, humanizadores, divinos.
Segundo Jorge Waxemberg, a gratidão tem vários graus, de acordo com o contexto de interação humana. Sabe que eu nunca tinha pensado a partir desta perspectiva? Muito interessante e instigante essa forma de ver a gratidão! Muito inovadora para mim. Desde que escutei e li este conceito, senti que havia um grande horizonte a ser desbravado ou a ser alcançado em relação à compreensão do que significava essa palavra tão usada e tão geradora de energia nos dias atuais.
Tomei consciência que pensar sobre a gratidão era um ato extraordinário porque me comprometia a expandir a minha consciência e as minhas ações. E o primeiro passo é este que agora me move a escrever. Quero compartilhar algumas reflexões sobre a gratidão, iniciar um diálogo com leitores interessados em aprofundar, ampliar este tema.
Um ponto de partida para o nosso diálogo, então, é o que nos diz Jorge Waxemberg :
“Podemos distinguir vários graus de gratidão, de acordo com a amplitude do contexto em que a experimentamos. Este pode ser reduzido, como sentir-nos agradecidos quando alguém nos ajuda no que fazemos, ou tão amplo quanto seja aquilo pelo que sentimos agradecimento.”
Há várias ensinanças nesta afirmação. A primeira que me toca o coração é a percepção de que a gratidão tem graus, dependo do contexto mais restrito ou mais expansivo. Depende da expansão da consciência. Isto quer dizer que se o foco de atenção for a vida pessoal, a gratidão vai ganhar significados bem limitados. Se o contexto se amplia, o sentimento de gratidão vai se expandir e vai incluir o outro, as pessoas, o mundo.
O que acontece quando experimentamos a gratidão em um contexto bem reduzido, um contexto restrito, estritamente pessoal? E se ampliarmos o contexto e incluirmos o outro? Este é o tema de nosso próximo encontro.
Até sempre!
Por Marilda Clareth
